Primeiro EQ UERJ 2010 - gabarito comentado

Primeiro Exame de Qualificação UERJ 2010 – Gabarito comentado
Professora Laryssa Naumann


01) D. Nos dois últimos parágrafos do texto, o autor concorda com “os que defendem a busca e afirmam que um resultado positivo mudaria profundamente a nossa civilização”. E admite que os ETs nos ajudariam na solução de problemas sociais. Alguns alunos marcaram a opção A. Para não termos dúvidas, vale perceber que o autor, ao longo do texto, sempre se preocupa em estabelecer uma relação entre nós e os extraterrestres, ou melhor, entre o nosso avanço tecnológico e o possível avanço tecnológico deles. Além disso, o autor enfatiza que é possível que eles sejam mais evoluídos e pacíficos do que nós.

02) A. Se “não há dúvida” é porque há certeza. Assim, o advérbio em questão é o “certamente”.

03) C. Com o uso do “Claro” o autor está expressando sua opinião, como dito no enunciado da questão. Outro exemplo em que ele expressa sua opinião é com o uso de infelizmente. Note que essas duas palavras exprimem um ponto de vista do autor em relação à sentença como um todo. É como se ele dissesse, respectivamente:

ao abrirmos a possibilidade de que a vida extraterrestre exista, a probabilidades de que eles sejam mais inteligentes que nós é alta (e isso que eu acabei de dizer é óbvio, é evidente)

até agora nada foi encontrado (e isso é uma pena)




04) C. Apresentação do fato – a invenção da locomotiva a vapor há menos de 200 anos - que confirma o que foi dito antes (que estamos ainda na infância da era tecnológica). Observemos ainda que a sentença em questão vem disposta após dois pontos, o que geralmente indica uma explicação ou exemplificação. Neste caso, a invenção da locomotiva serve como um exemplo usado para comprovar a afirmação anterior.

05) C. No contexto do terceiro parágrafo, a religião está em pauta. A afirmação particulariza a
inteligência como algo que diferencia o homem dos outros seres, confirmando o dogma de que o homem foi feito à imagem e semelhança de  Deus. Muitos responderam a letra D, aquela que fala da opinião do autor. Observamos que o autor utiliza o argumento religioso de forma negativa: “As religiões mais conservadoras negam a existência de vida extraterrestre”, é a antítese da tese defendida por ele e que ele põe em jogo apenas para argumentar contra. Assim, seria uma grande incongruência da parte dele retratar a inteligência como dádiva (presente de deus). Além disso, o autor não acha que em absoluto somos os mais inteligentes do universo – é possível que acha vida mais inteligente que a nossa ou pelo menos mais avançada tecnologicamente. Observem, ainda, que no terceiro parágrafo ele apenas reproduz verdades religiosas.



06) C. O tempo verbal em questão é o futuro do pretérito, que pode ser usado para expressar um valor hipotético. Não estaríamos mais sós se (condição) fosse confirmada a existência de ETs.

 07) B. Geralmente, no encontro entre um marciano e um homem, na ficção cientifica (nos filmes, livros, no imaginário coletivo), quem sente medo é o homem. No poema do Drummond o medo passa para o marciano. É essa mudança de perspectiva que caracteriza o humor do poema.

08) B. O poema debate a preocupação do homem em afirmar sua própria existência. Para tal ele traz a presença de um extraterrestre que duvida da existência do homem. Essa foi uma questão que poucos acertaram. Muitos marcaram a letra C. Primeiro, precisamos ver quantas vozes há no poema. Há um enunciador humano e um enunciador marciano, portanto. Isto é fundamental para o entendimento do poema e para responder as questões seguintes. A letra C fala da postura indagadora do eu poético e da ocorrência de um desfecho imprevisível. Antes de tudo, essas duas afirmações não se opõem – que é o que a questão pede. Além disso, a indagação surge do marciano e aparece na terceira pessoa. Em nenhum momento o poema nos dá a possibilidade dos versos terem sido escritos por um extraterrestre. Quem faz o encontro entre o homem e o marciano é um homem; portanto, o marciano é um enunciador através do homem – que é o eu-lírico.


09) D. A expressão “fiquei só em mim” sugere a projeção da consciência do próprio sujeito poético de que fala o enunciado da questão. Além disto, é bom retornar ao texto e perceber que a pergunta do marciano era: “Como pode existir, pensou consigo, um ser que no existir põe tamanha anulação de existência?”. Assim, fica mais fácil perceber que essa dúvida é a dúvida do próprio sujeito poético.

10) D. Há aqui duas construções metafóricas. Poderiam ter percebido “constelação de problemas” (que se caracteriza como uma metáfora, pois constelação nos traz, por aproximação de sentido, a ideia de plenitude, cheio) como também “ar com problemas” (aqui a metáfora aparece na aproximação de problemas – algo abstrato – com estrelas – algo concreto).
Alguns alunos responderam a opção hipérbole. Observemos que constelação de problemas antes de ser um exagero é uma metáfora. A hipérbole se caracteriza apenas por um exagero.
Ex: Já falei mil vezes. Entre falar e vezes não há nenhuma relação metafórica. Quando o elemento mil aparece, o valor figurativo se concretiza, assim, ninguém conta até mil para determinar quantas vezes falou algo. É apenas uma “maneira de dizer”, um exagero.

11) B. Quando aparece o pronome “me” é porque o sujeito poético está referindo-se a ele mesmo, a primeira pessoa, portanto. Seguindo o mesmo raciocínio, “consigo” é pronome reflexivo de terceira pessoa que no caso é o marciano relatado pelo sujeito poético. Assim, percebemos que o uso dos dois pronomes é para mostrar que há dois enunciadores.

12) A. O questionamento é feito por causa de uma desconfiança quanto à lógica do roteiro do filme. Ou seja, o autor não acredita que os alienígenas se interessariam em salvar justamente nosso planeta.

13) A. A questão pede a opção em que apareçam “informações sobre o filme filtradas pelo autor”  que sejam “somadas às suas avaliações pessoais”. Assim, “O remake O dia em que a Terra parou, filme estrelado por Keanu Reeves e com um orçamento de US$ 80 milhões” são informações sobre o filme que o autor da resenha escolheu enfocar e “um prato cheio para os aficionados da ficção científica” é sua avaliação pessoal. Esta é a única opção que junta informações com opinião pessoal.

14) A. O narrador vai tomando consciência da paisagem de modo gradativo. Inicialmente, por exemplo, ele tem dúvida se está diante um lago ou de um oceano; mais tarde, ele afirma que “realmente” era um oceano que estava em questão.

15) B. Aos poucos, dados são acrescentados à descrição indicando uma aproximação do narrador, uma intensificação do envolvimento do narrador com a cena descrita.
A UERJ tem muitas questões em que ela apresenta conceitos e pede algo a partir deles. Vale a pena ir para a prova já tendo pelo menos ouvido falar de alguns deles:

1) Fiiguras de linguagem que mais são cobradas no exame de qualificação da UERJ
1) Metáfora: analogia ou comparação implícita (associação mental)
Ex: “Sua boca é um cadeado. E meu corpo é uma fogueira” – Chico Buarque de Holanda
2) Comparação: identificada por uma conjunção (como, assim como, conforme)
Ex: “A felicidade é como a gota de orvalho” – Vinícius de Moraes
3) Metonímia: emprego de uma palavra por outra com a qual ela se relaciona
Ex: a parte pelo todo: “O bonde passa cheio de pernas” – Carlos Drummond de Andrade
4) Ironia: caracteriza uma crítica indireta.
Ex: Cada vez que você fala ao mastigar, percebo como é bem educado.

2) Semântica dos verbos
1) Modos verbais
- Indicativo: expressa uma certeza, um fato.
- Subjuntivo: expressa uma possibilidade, desejo.
- Imperativo: expressa ordem, advertência, pedido.
2) Tempos verbais
-Presente: fato atual
-Pretérito perfeito: momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
-Pretérito imperfeito: fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado, que foi interrompido.
-Pretérito mais que perfeito: expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado.
-Futuro do presente: um fato que deve ocorrer em um tempo vindouro com relação ao momento atual.
-Futuro do pretérito: enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado; ou um fato com valor hipotético / uma condição; ou ainda uma ironia.

3) Alguns conceitos importantes
1) Paráfrase: reescrita sem perda semântica (ou seja, sem mudança de sentido).
2) Modalizadores: são vocábulos que emitem uma opinião do autor sobre o conteúdo veiculado; torna o texto parcial.
3) Dilema: argumento pelo qual se coloca uma alternativa entre duas proposições contrárias.
4) Hipertexto: espécie de super texto; um texto maior que contém vários níveis textuais lidos em múltiplas direções.

4) Tipos de raciocínio
a) Indutivo: parte-se do particular e chega-se ao geral.
Ex: Teste de medicamento é feito a partir de um grupo de pessoas. A partir do que é observado nesse grupo generaliza-se para o resto da humanidade.
b) Dedutivo: parte-se do geral e chega-se ao particular.
Ex: É sabido que todos os seres humanos precisam de água para sobreviver, assim, podemos concluir que um ser humano qualquer morrerá caso fique sem água.
c) Silogismo: é o raciocínio constituído de duas premissas e uma conclusão. Pode ser verdadeiro ou falsa (nesse caso chamamos de sofisma ou falácia).
Ex: Verdadeiro: Billy é um felino. Ele tem quatro patas. Logo, é um quadrúpede.
       Sofisma: Deus é amor. O amor é cego. Logo, Deus é cego.
d) Dialético: idéia + contra-idéia = conclusão.


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